quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Trocas de Fonemas


          Neste primeiro bimestre resolvi focar o trabalho de escrita nas trocas de fonemas visto que este tipo de engano é muito comum nas séries de alfabetização. Esta matéria é muito interessante e recorda alguns conceitos essenciais para a consolidação da aprendizagem no processo de alfabetização.
           A seguir temos algumas sugestões de atividades que objetivam sanar essas dificuldades. Espero que curtam.



Jacaré ou chacaré?

Fique atento. Trocas ortográficas constantes após o 3º ano podem ser sinal de uma dificuldade de aprendizagem chamada disortografia

Por Mariana de Viveiros

Objetivos:
Trabalhar as trocas de letras cometidas pelas crianças na hora de escrever 
 Propiciar avanços na escrita 
 Relacionar as palavras às figuras correspondentes

"Minha gasa é ponita". Esse tipo de troca de letras é comum na fase de alfabetização, quando as crianças estão adquirindo as habilidades da leitura e da escrita. Muitas crianças sentem dificuldade de associar os fonemas (som das letras) e os grafemas (escrita das letras), principalmente das chamadas consoantes surdas e sonoras (F e V, T e D, P e B, C e G), que têm sons parecidos e para serem pronunciadas exigem o mesmo movimento da boca. Ou seja, ao escreverem uma palavra, não sabem qual letra devem colocar no papel. Por exemplo, vaca é com v ou com f? Isso porque a relação com sons e palavras impressas ainda não estão dominadas por completo. Mas quando essa dificuldade persiste ao longo do Ensino Fundamental I é possível que a criança sofra de uma dificuldade de aprendizagem chamada de disortografia. "Hoje é mais fácil para o professor detectar a disortografia porque a alfabetização é global. Quando a alfabetização é feita do modo tradicional, com cada letra sendo trabalhada separadamente, demora mais para ser percebida", diz a psicopedagoga e escritora de livros infanto-juvenis Paula Furtado. "Em escolas bilíngues, muitas vezes o professor acha que a criança está misturando as línguas", completa. Saiba mais sobre essa dificuldade de aprendizagem a seguir.

Na Ponta da Língua
Esse é o nome da coleção de livros da psicopedagoga e escritora Paula Furtado. Cada volume trabalha determinadas letras ("p e b", "c e g", "d e t", "f e v", g e j" e "x e ch"). Os livros estão a venda em www.paulafurtado.com. br/pg_livros.htm. Nesse link você também encontra sugestões de atividades.

Contatos:
 Márcia Honora: www.marciahonora.com.br 
 Paula Furtado: www. paulafurtado.com.br

Características
 Troca de letras que têm sons parecidos: feio e veio, xícara e jícara, pata e bata, contente e condende 
 Adição de sílabas: pirulito/pirulilito 
 Omissão de letras: bravo/ bavo, prato/pato  Contaminação de sílabas: pipoca/picoca 
 Separação incorreta de palavras: a prender  Aglutinação de palavras: Amanhã nãovou para aescola
 Dificuldade em perceber as sinalizações gráficas como parágrafos, acentuação e pontuação 
 A disortografia pode ou não estar associada a trocas desses mesmos fonemas na fala, dificuldade chamada de distúrbio articulatório ou troca de letras na fala 
 Devido à dificuldade, a criança disortográfica evita escrever e, quando escreve, os textos são curtos


Disortografia x dislexia
A dislexia é um distúrbio na leitura que afeta a escrita, normalmente detectado na fase da alfabetização, enquanto a disortografia é um distúrbio auditivo. "Geralmente disléxicos são disortográficos, mas disortográficos não necessariamente são disléxicos", explica Paula Furtado.

Tem gente que acha que cópia é um método tradicional demais, mas eu acredito que com essa atividade trabalha-se muita coisa, pois estimula a organização interna.
Paula Furtado

Como lidar com alunos disortográficos
 Estimule a memória visual das crianças com cartazes de letras e números espalhados pela sala de aula. Mas tome cuidado com a poluição visual 
 Elogie o aluno quando ele escrever corretamente 
 Encaminhe a criança para um fonoaudiólogo ou psicopedagogo. "Para um tratamento eficiente é preciso que haja parceria entre o fonoaudiólogo/ psicopedagogo, os pais e a escola", acredita Paula Furtado 
 Observe quais são as trocas mais comuns que seus alunos cometem e aplique jogos e brincadeiras para trabalhá-las. Veja a seguir algumas sugestões
Atividades
Elas foram sugeridas pela fonoaudióloga, mestre em Educação e escritora de livros paradidáticos e sobre inclusão educacional Márcia Honora e pela psicopedagoga Paula Furtado.

Ditado e ditado mudo
1. Pegue as principais dificuldades dos alunos e prepare um ditado. Por exemplo, se você tem alunos que trocam o c pelo g, dite primeiro só palavras com c e depois só palavras com g. 
2.
 É interessante também que a criança visualize as palavras. Então, escreva a palavra na lousa e dê um tempo para que a turma a observe. Em seguida apague-a e peça para as crianças escrevê-las no caderno.

Envelope surpresa
Materiais:
 Envelopes
 Figuras que representem palavras que confundem as crianças
 Letras móveis
Como fazer
1. 
Cole uma figura em cada envelope (no lado onde se escreve o destinatário). Você pode desenhar as figuras, tirar xerox e pintá-las ou recortá-las de revistas. 
2.
 Tire xerox do quadro com as letras do alfabeto disponível na folha de moldes e recorte as letras.
3. Coloque dentro do envelope as letras correspondentes à figura escolhida.
Como fazerEntregue os envelopes aos alunos e peça para eles montarem as palavras correspondentes às figuras com as letras que estão dentro do envelope.

Dica! 
No começo, coloque no envelope apenas as letras que a criança irá utilizar para "escrever" a palavra. Depois de algum tempo, coloque também letras que não serão utilizadas. Por exemplo, se a palavra é jacaré, coloque, além do j a c a r e, um x, um c e um i.


Fonte: http://revistaguiafundamental.uol.com.br


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