domingo, 17 de fevereiro de 2013

Poesias

Objetivos:

- Desenvolver o prazer da leitura
- Identificar a finalidade e função da leitura
- Compreender e interpretar este gênero textual
- Identificar as características deste gênero textual

Sequência didática:
- Conversa para a introdução do assunto, contato com o gênero poema e contextualização;
- Conhecendo elementos que constroem poema e leitura individual e silenciosa;
- Declamação de poemas e produção coletiva de um poema;
- Produção individual de um poema;
- Exposição dos poemas em varal ou mural.

 Passarinho no Sapé
(Cecília Meireles, 1987, p. 104)
     

P tem papo
o P tem pé.
É o P que pia?
(Piu!)
Quem é?
O P não pia:
O P não é.
O P só tem papo
e pé.
Será o sapo?
O sapo não é.
(Piu!)
É o passarinho
que fez seu ninho
no sapé.
Pio com papo.
Pio com pé.
Piu-piu-piu:
Passarinho.
Passarinho
no sapé.



Ciranda
(Cecília Meireles) 

Eu queria ser a rosa
lá-lá-rá-lá-lá-lá-lá,
E, vivendo num jardim,

Ter besouros, borboletas,
lá-lá-rá-lá-lá-lá-lá,
Cirandando ao pé de mim ! ...

Eu queria ser a praia,
Ló-ló-ró-ló-ló-ló-ló.
Onde as ondas vão brincar;

E seria toda a vida,
Ló-ló-ró-ló-ló-ló-ló.
Bem querida pelo mar !

Eu queria ser estrela,
Li-li-ri-li-li-li-li,
sendo a noite minha irmã,
Para despontar à tarde,
Li-li-ri-li-li-li-li,
E esconder-me de manhã ! ...


As meninas
(Cecília Meireles)

Arabela
abria a janela.
Carolina
erguia a cortina.
E Maria
olhava e sorria:
"Bom dia!"
Arabela
foi sempre a mais bela.

Carolina
a mais sábia menina.
E Maria
Apenas sorria:
"Bom dia!"
Pensaremos em cada menina
que vivia naquela janela;
uma que se chamava Arabela,
outra que se chamou Carolina.

Mas a nossa profunda saudade
é Maria, Maria, Maria,
que dizia com voz de amizade:
"Bom dia!"





 A Língua do Nhem
(Cecília Meireles)

Havia uma velhinha
que andava aborrecida
pois dava a sua vida
para falar com alguém.
.E estava sempre em casa
a boa velhinha
resmungando sozinha:
nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem...
O gato que dormia
no canto da cozinha
escutando a velhinha,
principiou também
a miar nessa língua
e se ela resmungava,
o gatinho a acompanhava:
nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem...
Depois veio o cachorro
da casa da vizinha,
pato, cabra e galinha
de cá, de lá, de além,
e todos aprenderam
a falar noite e dia
naquela melodia
nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem...

De modo que a velhinha
que muito padecia
por não ter companhia
nem falar com ninguém,
ficou toda contente,
pois mal a boca abria
tudo lhe respondia:
nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem...

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